Interdição, intervenção ou educação?
Num país como o Brasil onde a circulação de mercadoria é
feita principalmente por rodovias, era fácil imaginar que uma paralisação desse
serviço, a dos caminhoneiros, geraria um desabastecimento rápido levando ao
caos. É fato.
Se eles estão certo nas reivindicações? Com certeza! Pedágios
caros, estradas esburacadas, sem segurança, óleo caro Etc. e etc. Poderiam até
ter ampliado os pedidos para outros setores carentes também. Afinal moramos num
país de péssima distribuição de renda. Não precisa de muito para constatar, é
só olhar em volta das grandes e médias cidades o tamanho das favelas.
Grande edifícios sobressai-se sobre as palafitas das
favelas como a cauda de um escorpião
sobre o corpo e o ferrão imponente apontado para o próprio. Corre o risco de num incêndio, esse enorme
corpo fique descontrolado, e a imponência da cauda, o ferrão cause a sua
própria morte. Não é difícil imaginar tal coisa.
Necessitados tem em todos os
sentidos.
Mas mesmo com toda tribulação, tudo se resolveu com um bom
diálogo e a boa vontade das partes.
O que eu não aguento é essa minoria que volta e meia aproveitam
de crises para gritarem nas ruas e redes sociais “intervenção militar já!” .
A fim de esclarecer algum ponto, pesquisei para ajudar um
pouco essa “minoria tresloucada”, que parece que é totalmente avessa a leitura,
servirá como dever de casa, estudar e
compreender as três vezes que o Brasil usou
esse artifício, para que, em suas discussões políticas e filosóficas de mesa de
bar, não falem tantas asneiras.
Porque intervenção é sinônimo de golpe. E golpe militar sempre é necessário o uso da
força e das armas e de derramamento de sangue. E isso acredito eu, que ninguém quer.
Intervenções militar
no Brasil: Fatos históricos.
Resumo:
1-1889-Marechal Deodoro da Fonseca ( que não tinha nada de
republicano)- Mesmo respeitando o velho imperador deu o golpe e proclamou a
república com o respaldo da guerra do Paraguai. (leia sobre a guerra).
Conseqüência: Uma década de conflitos. Há bastante livro sobre o assunto. Leiam
2-1920-Chamado de “Tenentismo”, jovem oficiais diziam que a
primeira república era corrupta e assim pensando, juntou-se a “aliança liberal” contra o partido
republicano paulista e apresentaram a candidatura de Getúlio Vargas. Nesse
tempo não havia a justiça eleitoral, os votos eram abertos. Getúlio perdeu e a
tal “aliança liberal” que não era liberal coisíssima nenhuma, com a ajuda dos
tenentes tomaram o poder.
No plano econômico,
ocorreu a chamada crise do Encilhamento, caracterizada por uma
grande bolha especulativa e inflação alta, devido às
políticas econômicas de seu Ministro da Fazenda Rui Barbosa.
3-1960- Com a guerra fria, e o anticomunismo imperando no
mundo, liderados pelos Estados Unidos, Carlos Lacerda por aqui era o seu porta
voz. Quando João Goulart disse que queria instituir as “reformas de base” os militares unidos com a UDN achando que era
o inicio do comunismo no Brasil deram o golpe de 1964. Leia sobre esse período
também. Implantou-se uma ditadura e houve mortes e torturas. Leiam. Tem muitos
livros sobre esse período.
Leiam e tirem suas
conclusões. A história está aí.
O Brasil não precisa de interdição nem de intervenção e sim
de mais educação.
Eu particularmente sou contrário a esse pequeno clamor, prefiro
uma republica democrática, onde os cargos sejam escolhido pelo voto direto e as
forças armadas, que tem meu respeito mantenha-se na função primordial que está inciso na constituição e convenhamos, se
intervenção militar fosse solução de crise, os americanos seriam os primeiros a
exigirem para seu país. E lá a democracia é centenária. Pensem
nisso.
Ainda bem que temos um comandante das forças armadas um
homem honrado e de princípios tranqüilo,
republicano e democrático e com vasta experiência em diplomacia e que não dá
ouvido a esse pequeno e estúpido clamor.
Fico com a frase de Mário de Andrade:
“O passado é uma lição para meditar não para reproduzir”.
Marinaldo L batista- 29 de maio de 2018.