terça-feira, 29 de maio de 2018

Interdição, Intervenção ou educação?




                        Interdição, intervenção ou educação?











               Num país como o Brasil onde a circulação de mercadoria é feita principalmente por rodovias, era fácil imaginar que uma paralisação desse serviço, a dos caminhoneiros, geraria um desabastecimento rápido levando ao caos. É fato.

               Se eles estão certo nas reivindicações? Com certeza! Pedágios caros, estradas esburacadas, sem segurança, óleo caro Etc. e etc. Poderiam até ter ampliado os pedidos para outros setores carentes também. Afinal moramos num país de péssima distribuição de renda. Não precisa de muito para constatar, é só olhar em volta das grandes e médias cidades o tamanho das favelas.
 
               Grande edifícios sobressai-se  sobre as palafitas das favelas como a cauda de um escorpião  sobre o corpo e o ferrão imponente apontado para o próprio.  Corre o risco de num incêndio, esse enorme corpo fique descontrolado, e a imponência da cauda, o ferrão cause a sua própria morte. Não é difícil imaginar tal coisa.

                Necessitados tem em todos os sentidos.

               Mas mesmo com toda tribulação, tudo se resolveu com um bom diálogo e a boa vontade das partes.
               O que eu não aguento é essa minoria que volta e meia aproveitam de crises para gritarem nas ruas e redes sociais  “intervenção militar já!” .

               A fim de esclarecer algum ponto, pesquisei para ajudar um pouco essa “minoria tresloucada”, que parece que é totalmente avessa a leitura, servirá como dever de casa,  estudar e compreender  as três vezes que o Brasil usou esse artifício, para que, em suas discussões políticas e filosóficas de mesa de bar, não falem tantas asneiras.

               Porque intervenção é sinônimo de golpe.  E golpe militar sempre é necessário o uso da força e das armas e de derramamento de sangue.  E isso acredito eu, que ninguém quer.

                 Intervenções militar no Brasil: Fatos históricos.
                  Resumo:

               1-1889-Marechal Deodoro da Fonseca ( que não tinha nada de republicano)- Mesmo respeitando o velho imperador deu o golpe e proclamou a república com o respaldo da guerra do Paraguai. (leia sobre a guerra). Conseqüência: Uma década de conflitos. Há bastante livro sobre o assunto. Leiam

               2-1920-Chamado de “Tenentismo”, jovem oficiais diziam que a primeira república era corrupta e assim pensando,  juntou-se a “aliança liberal” contra o partido republicano paulista e apresentaram a candidatura de Getúlio Vargas. Nesse tempo não havia a justiça eleitoral, os votos eram abertos. Getúlio perdeu e a tal “aliança liberal” que não era liberal coisíssima nenhuma, com a ajuda dos tenentes tomaram o poder.
 No plano econômico, ocorreu a chamada crise do Encilhamento, caracterizada por uma grande bolha especulativa e inflação alta, devido às políticas econômicas de seu Ministro da Fazenda Rui Barbosa.

               3-1960- Com a guerra fria, e o anticomunismo imperando no mundo, liderados pelos Estados Unidos, Carlos Lacerda por aqui era o seu porta voz. Quando João Goulart disse que queria instituir as “reformas de base”  os militares unidos com a UDN achando que era o inicio do comunismo no Brasil deram o golpe de 1964. Leia sobre esse período também. Implantou-se uma ditadura e houve mortes e torturas. Leiam. Tem muitos livros sobre esse período.

                Leiam e tirem suas conclusões. A história está aí.

               O Brasil não precisa de interdição nem de intervenção e sim de mais educação.

               Eu particularmente sou contrário a esse pequeno clamor, prefiro uma republica democrática, onde os cargos sejam escolhido pelo voto direto e as forças armadas, que tem meu respeito mantenha-se  na função  primordial que está  inciso na constituição e convenhamos, se intervenção militar fosse solução de crise, os americanos seriam os primeiros a exigirem para seu país. E lá a democracia é centenária. Pensem nisso.

               Ainda bem que temos um comandante das forças armadas um homem honrado e de  princípios tranqüilo, republicano e democrático e com vasta experiência em diplomacia e que não dá ouvido a  esse pequeno e estúpido clamor.

               Fico com a frase de Mário de Andrade:

               “O passado é uma lição para meditar não para reproduzir”.


               Marinaldo L batista- 29 de maio de 2018.






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